Em Alcochete, ainda se produz sal à beira do Tejo, como antigamente
ANDRÉ ROSA – EVASOES – OUTUBRO 26, 2023
Além de produzirem sal, as Salinas do Samouco, em Alcochete, são um palco privilegiado para a observação de aves, tendo 203 espécies identificadas. O recinto conta com trilhos, mesas de piquenique e instalações para fazer atividades pedagógicas.
A Ponte Vasco da Gama, inaugurada em 1998, não veio apenas encurtar a distância percorrida de carro entre os concelhos do Montijo, Alcochete e Lisboa. Foi o fator, também, que motivou a criação da Zona de Proteção Especial por parte do Estado português, dando origem à Fundação para a Proteção e Gestão Ambiental das Salinas do Samouco, “com vista a preservar o salgado, a Natureza e a biodiversidade de aves destes 360 hectares”, explica à “Evasões” André Baptista, formado em conservação da Natureza e Ornitologia.
(Fotografia de Paulo Spranger/GI)
Fundadas no século XIII, as salinas do Samouco chegaram a ser o maior núcleo produtor de sal do país. O ponto máximo foi atingido entre 1942 e 1946. A partir dos anos 1950, entraram em declínio com a expansão das fábricas de secas de bacalhau, e, hoje, são das poucas a produzir sal no Tejo (o concelho da Moita também tem uma salina em funcionamento, visitável, mas não comercializa o sal). Segundo o responsável, do Samouco saem, por ano, cerca de 120 toneladas de sal e uma tonelada de flor de sal artesanais.
O espaço está aberto à comunidade, durante todo o ano, com diversas formas de visita. Seja durante a semana ou ao fim de semana, é possível percorrer os trilhos das salinas a pé ou de bicicleta, de forma livre (mediante compra de bilhete na entrada). Já quem quiser aprender mais a fundo pode optar pelas visitas guiadas que acontecem aos fins de semana (às 9h15 de outubro a abril). O Trilho do Flamingo – durante o qual é possível observar garças, flamingos e pernilongos – dista 4,7 quilómetros (cerca de 3h) e é de nível acessível.